O Arquipélago da Insónia | de António Lobo Antunes
Detalhes da Obra
Título:
O Arquipélago da Insónia
Autoria:
António Lobo Antunes
Detalhes do Artigo
Estado:
Novo
Capa:
Mole com sobre-capa
Editora:
Dom Quixote
Colecção:
Obra Completa #23
Edição:
7.ª / Edição ne verietur
Ano de edição:
2008
Páginas:
264
Idioma:
Português
ISBN:
978-972-20-3694-8
Sinopse
«Começamos por uma casa, pelo sentimento uma força em exercício, um poder que vem de há muito tempo, quando essa casa era igual mas era uma herdade, um latifúndio, quando nada faltava - a família, as empregadas na cozinha, o feitor, os campos, a vila ao fundo, e a voz do avô a comandar o mundo. Agora há fotografias no Alentejo em vez de pessoas, e há objectos, cientes que também acabarão sem ninguém, há memórias de quem dorme, ou morreu, mortos que não sabem se a vida foi vida, há os irmãos, um é autista, e a imagem da mãe muito nítida, sempre de costas "(alguma vez a vi sem ser de costas para mim?)".
Nessa altura já não se sabia a que cheira o vento, como não se sabe para onde foi a Maria Adelaide, morta também, foi para Lisboa?
A herdade foi tirada ao autista, e a doença (de quem?) é um arquipélago branco nas radiografias dos outros, um arquipélago normal, inocente. Estão todos mortos ou estão todos a sonhar e trocaram de sonhos, como se pudessemos trocar de sonhos.
De qualquer forma, sabemos que daqui a nada será manhã - mas aquilo que se disse ainda se ouve lá dentro
"(-Não precisa de se casar comigo menino o seu pai nunca casou comigo)"E então vamos sabendo que não serámanhã nunca.»
Críticas de imprensa
«Um livro magnífico e, ainda por cima, comovente. [...] o virtuosismo de uma escrita eficazmente inclinada para o fôlego e o rigor rítmicos da grande poesia.» - Mário Santos, Público
«As palavras atropelam-se, interrompem-se, rodopiando indiferentes às regras da identidade, da linearidade, indiferentes também à preguiça do leitor, esse leitor que já Machado de Assis interpelava ironicamente em Memórias Póstumas de Brás Cubas: « (...) tu amas a narrativa direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem». Neste caso, claro, o estilo chega expurgado de realismo, mero pretexto imagético para um exercício radical de linguagem: onírica, exacta, cruel (a morte, o sexo e o crime mancham O Arquipélago da Insónia), nunca descarnada, à imagem da música - a mais racional e sensual das artes.» - Ana Cristina Leonardo, Expresso